16.7.07
Revelations. Liturgical Art for the New Millennium
29.5.07
«Eis o Homem»: extractos da intervenção do Cardeal Patriarca no encerramento da sessão sobre «A Beleza» (24.05.2007)
Foi aqui dito pelo João Bénard da Costa que não havia nenhuma expressão da beleza de Jesus Cristo. Nisto eu não estou de acordo com ele. Pela pena do evangelista S. João, o próprio Senhor diz que “ninguém vem a Mim se o Pai não o atrair”; «ninguém vem a Mim se não se sentir atraído». E Ele atraía. Naquela crise provocada pelo discurso do pão da vida, depois do milagre da multiplicação dos pães, Pedro, em nome de todos, diz: «Senhor, a gente não te percebe, mas a quem havemos de ir? Só Tu tens palavras de vida eterna». Foi por ser atraente, irresistivelmente atraente, que Ele era seguido. Na missão da Igreja, os dois verbos têm o seu lugar.
Na missão da Igreja, os dois verbos têm o seu lugar. Mas sempre que a Igreja privilegia ou se limita a tentar convencer, perde parte da sua acutilância, da sua capacidade de trazer pessoas para o Mistério. (…)
[No seguimento do que foi dito esta noite, podíamos perguntar] porque é que os templos são belos? Podíamos continuar a pergunta: porque é que a Liturgia deve ser bela? Porque é que esta noite foi bela? É porque a Igreja, sempre, não se limitou a tentar convencer. Percebeu sempre que era preciso atrair.
Isto põe inevitavelmente a questão entre a beleza e a verdade. E temos várias abordagens desta questão, desde a Época Clássica, em que a beleza produzida na arte humana era considerada parte das imagens fugitivas, fugidias, e que portanto não podiam exprimir a verdade que pertencia ao mundo eterno das ideias divinas. Até João Paulo II, referindo-se ao bem e ao amor lhes chamou o “Esplendor da Verdade”, “Veritatis Splendor”.
A palavra e a beleza são duas linguagens da revelação do Mistério: a palavra revela, a beleza desvela. Foi aqui também dito esta noite que a verdade acaba sempre por relativizar, denunciar as formas humanas de beleza produzidas pelos artistas. Eu penso que é sobretudo a verdade captada no Mistério da Revelação – que é verdade, mistério e beleza – que interpela inevitavelmente todas as formas finitas já produzidas de beleza, que vão mais longe; e que a partir da luz que delas já brilha, uma luz maior possa brilhar.
A beleza é sempre um raio de luz que toca no coração dos homens e que nos apanha. A beleza é sempre, mesmo que não se saiba, uma experiência de eternidade, uma experiência do divino.
Muito obrigado a todos por terem participado nestas nossas sessões. Muito obrigado aos artistas, aos músicos que nos acompanharam, ajudando a criar aquela experiência concreta de beleza. Obrigado aos intervenientes desta noite, que foram realmente mãos santas com corações de santo. Muito obrigado."
O Belo: uma experiência de eternidade e de divino
Jorge Silva Melo começou por considerar que o artista faz entender aos outros o que entende. O Director Artístico da sociedade Artistas Unidos relembrou Diderot pois este referia-se inúmeras vezes à Cúpula da Basílica de São Pedro como coisa impossível, “uma experiência estética que considerou ser um escândalo, que considerava belo porque ultrapassava as necessidades, porque a sua concepção não era necessária para as coisas práticas”. No Séc XVIII, continuou, o que é belo “é aquilo que é justo e adequado. Nos anos 20, no cinema, um plano era belo pela sua adequação, a justeza correspondia à beleza”. A beleza pode-se adequar ao bem, “sendo esta a ponte que nos liga ao bem, a adequação”.
Actualmente “o belo já não interessa, mas antes o sórdido e o feio”. O belo está no limite da verdade. “A verdade vai deitando abaixo o que antes consideramos belo. Algumas obras belas vão sendo recuperadas porque novos elementos surgem para nos iluminar e voltar a considerar o passado - é o renascer”.
“O que me parece ser o trabalho de quem cria é que, e estando nós em tempo de Pentecostes, poucos conseguem em alguma coisa, ir transformando. O que os artistas oferecem sempre, o belo como norma como aproximação do justo e bem, ou como destruído pela verdade, ou transformado numa santa verdade, aparece como um trabalho militante de quem quer encontrar as novas formas”.
O Director da Cinemateca Portuguesa iniciou a sua participação na conferência com três questões. “Porquê e o que chamamos belo, o que nos faz todos estarmos de acordo que este sítio - referindo-se à Sé Catedral de Lisboa -, mesmo que não estivesse afecta ao culto, impõe pela sua estrutura, impõe o sentimento do belo?”
E prosseguiu. “Porque é que não só na religião católica mas em todas as religiões que os templos e lugares de oração foram lugares de beleza?”, referindo-se a exemplos do Ocidente a Oriente, da Grécia antiga, “os grande templos são sempre das grandes obras dessas civilizações? Um lugar para rezar e não para ver uma coisa bela?”
E terceira questão - “Se lermos os Evangelhos, não há praticamente referências estéticas, não se diz se Jesus Cristo era ou não belo”, apenas encontrando uma excepção no momento em que Cristo faz a comparação entre os líricos do campo e as vestes do Rei Salomão. “Não é abordado directamente, mas fica implícito”, explica João Bénard da Costa.
Todas as perguntas apontam para “a mesma ordem de mistério”. Ao colocar a questão, em todas as meditações e reflexões sobre o belo, “o que é a imutabilidade ou permanência do belo, como se estabelecem conceitos em torno do belo”, o Director da Cinemateca Portuguesa aponta que “tudo é relativo, o belo hoje deixará de o ser amanhã, porque o código de beleza muda”. Mas ao mesmo tempo aponta que “encontramos o desmentido permanente a isso mesmo porque uma estátua grega, apesar de transformada ou contestada, continua a ser o mesmo ideal”.
“A beleza cada vez se percebe menos e não mais”, reflectiu. O fundamental do encontro surge na “ordem do mistério e perfeitamente inexplicável”. A arte “não permitia admitir um critério ou termo”.
Platão entendeu que “não era só no mundo sensível que o belo se impunha”. Surgindo daqui nova interrogação que João Bénard da Costa questionou - “haverá beleza noutro mundo para quem acredita nele? A bondade e verdade podem existir fora de um contexto sensível? Mas num mundo só belo ou só de bondade perdia-se o conceito de belo e de bondade”, acrescenta, pois considera que “a obra de arte é uma compensação a um terror que a vida inspira”, valores que “não existem fora do nosso mundo sensível”.
João Bénard da Costa recorda um quadro português, de autor que afirma desconhecer, que representa o momento em que Pilatos apresenta Cristo à multidão, eis o homem - Ecce Homo. “Não conheço outros, que representem a mesma cena onde Cristo tem os olhos fechados”, e explica que nesse moemnto da condenação, em que se cumpre o que estava destinado, “só há as trevas e a morte, e a beleza desaparece”. Por isso conclui que a beleza é uma afirmação da vida e “da nossa vida sensível, da nossa carnalidade e da nossa sensibilidade, algo que ultrapassa a nossa própria dimensão”.
No final, o Cardeal D. José Policarpo referir que a acção central da Igreja se podia resumir em dois verbos - convencer e atrair. “Convencer é o objectivo da palavra, atrair é inevitavelmente o efeito da beleza. A palavra convence, a beleza atrai”.
Discordando com João Bénard da Costa, acerca da ausência de expressões da beleza de Jesus Cristo, D. José Policarpo recordou algumas passagens “irresistivelmente atraentes”.
“Porque que é que os tempos são belos? Podíamos continuar a pergunta e chegar até à questão de porque é que a liturgia deve ser bela? porque é que esta noite foi bela? E porque é que a Igreja sempre não se limitou a tentar convencer, mas percebeu sempre que era preciso atrair e inevitavelmente põe a questão da beleza e da verdade”, considerou.
João Paulo II chamou “o esplendor da verdade” ao amor praticado pelos cristãos. A palavra e a beleza “são duas linguagens de abordagem do mistério, da revelação do mistério. A palavra revela, a beleza desvela”, afirmou o Cardeal patriarca, que considerou a beleza “uma experiência de eternidade e de divino”.
24.5.07
Ermida do Cristo do Silêncio
Um volume paralelipipédico com 25 m2 de área e uma altura interior de quatro metros, constitui o suporte e oportunidade de regeneração de um espaço desvitalizado. Procurou-se a forma envolvente e unificada em torno do altar restituindo tangibilidade às reformas profundas do Concilio do Vaticano II.
Propôs-se a reorganização espacial interior da primitiva área técnica, filtrando a luz exterior e revestindo as paredes de branco... Um banco em madeira de riga abraça o espaço, convocando a identidade de uma comunidade reunida em torno de um altar.
No exterior, uma estrutura metálica de ferro e arame zincado conduzirá o revestimento final em planta trepadeira caduca, recaracterizando o volume primitivo. O revestimento final exterior em vinha virgem, procura no ciclo das estações e na metáfora bíblica do “Vinhateiro” a dimensão universal da Igreja.
Projecto
Ermida do Cristo do Silêncio
Localização
Casa de Oração de Santa Rafaela Maria, Quinta de Santo António, Serra do Louro, Palmela
Datas
2005
Arquitectura
Bernardo Pizarro Miranda
Colaboração
Dina Gonçalves Ferreira e Miguel Gorgulho
Clientes
Congregação das Escravas do Sagrado Coração de Jesus
Fotografia
DMF Fotografia, Lda Daniel Malhão, Bernardo Pizarro Miranda
23.5.07
O Belo - Conferência
4.5.07
Igreja da Santíssima Trindade em Fátima
3.5.07
A Arte Sacra segundo Cláudio Pastro
-Como será a capela do Papa?
19.4.07
“Fazer ver o invisível”
A Bíblia aparece-nos disseminada pelo pensamento, imaginação e quotidiano. Ela continua a ser um texto, claro. Mas também, e de um modo irrecusável, a Bíblia constitui hoje um metatexto, uma espécie de chave indispensável à decifração do real. Da filosofia às ciências políticas, da psicanálise à literatura, da arquitectura explícita das cidades ao desenho implícito dos afectos, da arte dita sacra às formas da expressão que enchem, por toda a parte, galerias, museus, escaparates: a Bíblia é um parceiro, voluntário ou involuntário, nessa comunicação global.
Tem-se tornado justamente famosa a anotação de William Blake que chama às Escrituras judaico-cristãs «o grande códice», reconhecendo quanto a actividade simbólica e cultural do Ocidente foi ininterruptamente fecundada pelo texto e pela simbólica bíblicas. A Bíblia representa uma espécie de “atlas iconográfico”, “estaleiro de símbolos” ou “imenso dicionário”, como Claudel lhe chamou. É um reservatório de histórias, um armário cheio de personagens, um teatro do natural e do sobrenatural, um fascinante laboratório de linguagens. Desconhecer a Bíblia não é apenas uma carência do ponto de vista religioso, mas é também uma forma de iliteracia cultural, pois significa perder de vista uma parte decisiva do horizonte histórico e de sentido onde nos inscrevemos.
Alguns projectos recentes colocaram o texto Bíblico no centro da atenção criativa de alguns artistas plásticos portugueses de primeira grandeza: António Sena, Ilda David', Pedro Proença…
Para ver em exposição conjunta, no Mosteiro de São Vicente de Fora.
Maio de 2007
(Observatório da Cultura, nº8, Abril, 2007, Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura)
9.4.07
Verdadeiramente, Ele Ressuscitou!
2.4.07
Chapelle de Notre Dame du Rosaire à Vence
Au terme de sa vie, le peintre Henri Matisse choisit de se retirer sur la Côte d'Azur, séduit par les couleurs et la lumière de ces lieux. Malade, c'est à Vence qu'il vient résider, de 1943 à 1949. Sa garde-malade, Monique Bourgeois, devient sa confidente, son modèle. Mais en 1946, elle décide d'entrer chez les Dominicaines, à Vence, devenant Sœur Jacques-Marie.
Continuant à soigner le peintre, elle lui demande de décorer l'oratoire de la communauté. Mais Matisse voit plus grand, il propose de construire une chapelle : "Je veux que les visiteurs de la Chapelle éprouvent un allégement d'esprit, qu'ils se retrouvent dans un milieu où l'esprit s'élève, où la pensée éclaire, où le sentiment lui même est allégé..."
Avec le Frère Rayssiguier et le Père Couturier, conseillés par les architectes Auguste Perret et Milon de Peillon, entourés des artisans de Vence, Henri Matisse imagine, conçoit et réalise cette Chapelle, qui pour lui représentait l'aboutissement d'une recherche de concision et de dépouillement, où il atteint, selon ses mots, à "un art d'équilibre, de pureté, de tranquillité".
Très malade, l'artiste n'a pu assister à l'inauguration de son œuvre, en 25 juin 1951. Il écrivit ceci à cette occasion: "Je n'ai pas cherché la beauté, j'ai cherché la vérité. Je vous présente en toute humilité la chapelle du Rosaire des dominicaines de Vence… Cette œuvre m'a demandé quatre années d'un travail exclusif et assidu. Elle est le résultat de toute la vie active… Je la considère, malgré toutes ses imperfections, comme un chef-d'œuvre".
Dialogue Picasso-Matisse, à propos de la Chapelle du Rosaire:
Picasso: "Mais pourquoi faites-vous ces choses-là? Je serais d'accord si vous étiez croyant. Dans le cas contraire, je pense que vous n'en avez moralement pas le droit."
Matisse: "Oui, je fais ma prière, et vous aussi, et vous le savez très bien: quand tout va mal, nous nous jetons dans la prière, pour retrouver le climat de notre première communion. Et vous le faites, vous aussi." Il n'a pas dit non. "Au fond, Picasso, il ne faut pas que nous fassions les malins. Vous êtes comme moi: ce que nous cherchons tous à retrouver en art, c'est le climat de notre première communion."
30.3.07
Grande Silêncio II
A clausura sempre foi uma manifestação de fé que tinha grande dificuldade em compreender. O que levaria um ser humano livre a deixar-se reger por um regime de vida profundamente ascético e que tornava a sua existência um mero ritual repetitivo de oração? Porque motivo alguém escolhe, no mundo de hoje em que as liberdades são conhecidas por (quase) todos, uma vida em que o mundo é apenas uma existência física para lá de muros e paredes? O filme não procura esta resposta, como aliás não procura nenhuma resposta, seguindo o rigor jornalístico na forma com se “limita” a mostrar uma vivência, uma opção de vida, sem um julgamento moral ou social. Gröning não nos diz que esta reclusão, ou qualquer outra reclusão, é boa ou má, aceitável ou não, apenas nos mostra com crueza e rigor como é vivida essa reclusão. Claro que observar como é a vida de clausura nos permite ter o nosso próprio julgamento, não condicionado por ideias veiculadas no filme, mas sim pelo nosso julgamento perante a realidade que nos é mostrada. Ao ver como é a vida destes monges, consigo melhor perceber que assim consigam viver.
O silêncio é algo de que tendemos a esquecer o valor. Quantas vezes poderemos dizer que estamos, de facto, em silêncio? Hoje, a sociedade associa o silêncio à solidão, à tristeza, a uma fuga da realidade cada vez mais barulhenta e feérica, a uma fuga do mundo. Acredito que tudo isto se passe em cada monge que escolheu a vida da Cartuxa, apenas um factor não é semelhante, para eles o seu mundo não é o nosso mundo vulgar e comezinho, o seu mundo é o espiritual, e o “nosso” é apenas suporte físico intermédio numa relação permanente com o divino.
Será a clausura necessária para alguém poder dedicar a sua vida a Deus? Não creio, mas é uma forma como qualquer outra para alguém se encontrar consigo próprio e com Deus. Não será tão exótica esta opção de vida radical como será a dos hippies ou dos ciganos nómadas? Cada vez mais a sociedade nos manipula a acolher diferenças que se tornam politicamente correctas e que acabamos por ter de aceitar, porque não aceitar que alguém queira simplesmente ter o seu mundo sem incomodar ninguém?
Cinematograficamente o filme é interessantíssimo, pois mostra o enorme talento de Gröning para filmar em condições mais do que complicadas. Ele não podia utilizar as técnicas habituais, a sua câmara teria de ser crua e discreta, simples e sem artifícios. A beleza estética que resulta das imagens é impressionante e há planos inesquecíveis, tais como as orações nocturnas acompanhadas por cantos gregorianos ou os primeiros planos frontais dos monges. Não obstante, o mais notável no filme é a forma como o mesmo é montado e com isso consegue criar uma lógica argumentativa. A montagem consegue tornar o filme surpreendentemente ritmado, criando um ciclo repetitivo de tempos, um ciclo nunca fechado, permanente. A sequência de imagens alterna imagens da vivência dos monges – rezando, comendo, cantando – com a natureza em redor – com a maravilhosa natureza em redor e as suas montanhas cobertas de neves ou ribeiros correndo na primavera. Gröning consegue, através de uma brilhante realização e de uma fabulosa montagem., criar uma quase-hipnose ao longo do filme da qual apenas somos despertados quando as luzes se acendem. No final do filme, a sensação é a de que de facto estivemos na “Grande Chartreuse” por tempo indefinido, há um tempo indefinido. Enquanto o filme dura esquecemos o mundo, o nosso mundo, e compartilhamos a experiência de espiritualidade vivida pela oração, por uma vida de constante oração.
in Anarcoconservador, 30 de Outubro de 2006
29.3.07
O Grande Silêncio
Entrevista, em inglês, com o realizador Philip Groening, disponível aqui.
É longa, mas vale bem a pena ler.
Aproveito para juntar uma pequena história/reflexão sobre o filme, da autoria de Luís Onofre, sj, intitulada:
Adormeci no cinema e não vi o filme!
O bilhete não dizia em lado nenhum que era para um filme. E de facto, durante as 2h44m da sessão não vi filme nenhum. Fui convidado a contemplar a vida num mosteiro dos Alpes franceses. Sem música, sem artifícios, para poder procurar a intimidade com Deus (em silêncio e sem falta de tempo), tal como o fazem os monges cartuxos. Como diz a sinopse "um documentário que não representa um mosteiro, mas que se transforma num mosteiro". Parece interessante a ideia... Ao fim de 5 minutos já dormia. Passado meia hora acordei. E ainda tinha mais de 2h para poder aproveitar uma das melhores idas ao cinema de sempre.
A busca de Deus é muitas vezes assim. Ao início parece uma seca. Não acontece nada. Durmo. Farto-me. Apetece-me desistir. Se insisto e fico, aos poucos começo a entrar numa outra lógica, que me permite valorizar todas as coisas de forma distinta, que dá sentido, que me coloca com Deus. Que me dá uma paz calma, sem maquilhagem. Perguntaram ao realizador (o alemão Philip Gröning) se através deste documentário o espectador entende o que fazem os monges. Respondeu: "Não é algo que me importe. O meu filme não tem que dar resposta a todas as perguntas. [...] Hoje em dia estamos literalmente bombardeados de informação. O que falta - e que cada um deve descubrir em si mesmo - é o significado das coisas."
( http://parecianborrachos.blogspot.com/2006_12_01_archive.html)
Fórum Arquitectura Religiosa
Mais informações (ver aqui)
Programa (ver aqui)
Inscrições (ver aqui)
23.3.07
Quarto Domingo da Quaresma
SOBRE QUATRO FOTOGRAFIAS DE DUANE MICHALS
Uma fotografia é muito mais do que aquilo que se vê. Viajo por uma sequência de imagens.
O filho regressa, talvez do mundo, talvez disso que o mundo tem de solitário, de aflito, de remoto. Consigo imaginar o sofrimento expresso na sua nudez, ainda jovem. Mas a vulnerabilidade do pai que despe, uma por uma, suas próprias roupas e reveste, com elas, o filho, desconcerta-me ainda mais.
No cima da página, a legenda: O regresso do Filho Pródigo.
Mas podia ser também a história do amor. De todo o amor.
in O Vento da Noite, Assirio e Alvim, 2003.
(texto do blog 'O bom pastor')